Expectativa do setor é que novo auxílio emergencial e volta do programa de suspensão de contratos de trabalho amenizem a situação, mas, segundo o presidente, não será suficiente para evitar mais fechamentos.
Acumulando prejuízos desde a redução do horário noturno de funcionamento, o setor de bares e restaurantes deve levar novo baque com o lockdown das duas próximas semanas em Fortaleza.
“A gente já perdeu aí mais de mil estabelecimentos só nesses dois últimos decretos, e agora pode se agravar muito mais, é imensurável o tamanho do prejuízo“, aponta Dorivan Rocha, presidente do Sindicato de Bares, Restaurantes, Buffets e Similares do Estado do Ceará (Sindirest- CE).
"Todo dia o sindicato laboral perde associados, que são os nossos funcionários. Um restaurante pequeno emprega em média dez pessoas. Se você fizer uma conta de mil casas que fecharam aí nos últimos dias, chega a mais de dez mil pessoas desempregadas. Mais de dez mil postos de trabalho que deixaram de existir”, lamenta.
Em todo o Ceará, o setor tinha cerca de 25 mil negócios, perdendo 40% deles desde o início da pandemia, segundo estima Rocha.
Medidas de apoio ao setor
A expectativa do setor é que novo auxílio emergencial e volta do programa de suspensão de contratos de trabalho amenizem a situação, mas, segundo o presidente do Sindirest-CE, não será suficiente para evitar mais fechamentos.
“No primeiro auxílio emergencial que aconteceu já não foi suficiente. Mesmo com afastamento dos funcionários, redução de horário, mas as contas ficam, né? Aluguel, energia, água, imposto e por aí vai. Ameniza um pouco, mas não resolve”, comenta Rocha, destacando que o cenário deve provocar mais demissões.
O Governo do Estado anunciou na semana passada que lançaria, ainda nesta semana, medidas de alívio para o segmento.
Delivery
Mesmo considerando a continuidade dos serviços de delivery, o presidente do Sindirest-CE diz que não é suficiente para assegurar o setor.
“O delivery não é uma solução, até porque hoje o delivery está dominado pelos aplicativos e eles chegam a levar 27% da comissão bruta. E aí já torna uma operação praticamente inviável”, frisa.
Como alternativa, Dorivan Rocha conta que, em parceria com uma empresa cearense, restaurantes locais se uniram para criar uma plataforma própria - o Pensou, Chegou - para evitar perdas ainda maiores.
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